Quando realmente aprendemos e ensinamos...
Acredite no potencial do seu aluno e deseje que ele aprenda
As várias teorias existentes sobre como a aprendizagem acontece têm um ponto em comum: acreditam que os indivíduos são agentes ativos, buscando construir seus conhecimentos dentro de um contexto significativo.
Alicia Fernández, psicopedagoga argentina, em seu livro “O saber em jogo”, diz que a aprendizagem é um processo que envolve vínculos entre quem ensina e quem aprende. Existe aí uma relação de troca, onde em alguns momentos quem ensina aprende e vice-versa.
Outro aspecto importante é que aprender deve ser prazeroso. Deve ser uma experiência boa e não uma perturbação ou sofrimento. Quem aprende constrói seus conhecimentos, ou seja, para Alicia Fernández, a aprendizagem é um processo de autoria individual, de cada aprendente.
Por outro lado, quem ensina (ensinante) deve acreditar e desejar que o aprendente aprenda. Aí é que está o “x” da questão da aprendizagem, segundo ela. Por isso, não basta o professor limitar-se a transmitir informações e conteúdos. Ensinar vai muito além disso.
O professor precisa proporcionar ao aluno ferramentas adequadas, e aqui eu coloco o lúdico como os jogos, o teatro e a arte em geral, e um espaço adequado para que a construção do conhecimento seja possível.
Mas não basta apenas o professor desejar que o aluno aprenda. O aluno precisa desejar aprender, sentir prazer em apropriar-se de sua autoria produtiva. É uma via de mão dupla. Aprendente e ensinante têm a responsabilidade compartilhada no ato de aprender.
Outra grande questão que Alicia Fernández nos coloca é que o professor ensina e o aluno aprende. O aluno não é ensinado nem o professor o faz aprender. O próprio aluno aprende. Por isso “processo de autoria”. Mas como saber se o aluno realmente aprendeu?
A partir do momento em que ele aplica seu conhecimento. Que existe uma mudança real e permanente no seu comportamento. Por exemplo, como sabemos que uma criança realmente aprendeu a andar de bicicleta? Quando ela consegue andar sozinha, sem a ajuda de ninguém.
O principal no processo de aprender é conectar-se ao prazer, a experiência, a alegria e a satisfação de ser autor da sua própria aprendizagem.
Porém a família também tem responsabilidade nesse processo. Elizabeth Polity diz que a escola, a família e o próprio aluno são responsáveis pelo processo de aprendizagem. Partindo desta visão de co-responsabilidade e parceria, a escola deveria chamar todos os envolvidos a construir uma solução prática para os problemas educacionais, pois o fato do aluno não aprender é um dos principais problemas educacionais brasileiros, senão o principal...
Essa proposta faz verdadeiramente diferença para que ensinantes e aprendentes construam seus conhecimentos!
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