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12/02/2013 | 00:17 Jônatas Dias Lima
A maior parte das escolas brasileiras conta com computadores e o anúncio de investimentos em tecnologia para as salas de aula já virou um hábito do governo. Mesmo assim, estudiosos afirmam que o Brasil está atrasado no aproveitamento de novas tecnologias na educação. A simples compra de aparelhos parece não estar contribuindo efetivamente para a aprendizagem. Além disso, a habilidade dos professores com as novidades tecnológicas tende a ser inferior à dos alunos, a quem deviam ensinar.
Boa parte dos docentes admite que a formação acadêmica que receberam não os preparou suficientemente para lidar com tecnologias. Uma pesquisa realizada pelo Movimento Família Mais Segura na Internet, que coletou dados de mil escolas públicas e privadas espalhadas pelo país, mostrou que somente 16% dos professores consultados afirmam que a faculdade os capacitou o bastante para trabalhar com tecnologia da informação em sala de aula.
O desequilíbrio entre o potencial dos instrumentos e o conhecimento dos professores a respeito desses recursos acaba levando a um subaproveitamento da tecnologia que pode até atrapalhar. “Fornecer um computador é parecido com dar um carro. Não adianta entrega-lo, é preciso que a pessoa que o recebe saiba dirigir”, diz a advogada e especialista em direito digital Sandra Tomazi, que participa do movimento.
Segundo ela, no decorrer da pesquisa, vários professores revelaram ter dúvidas sobre como fazer uma busca avançada no Google, como citar o crédito de um vídeo ou mesmo que desconheciam o alcance de uma publicação nas redes sociais.
Exemplo
A coordenadora do curso de Engenharia Ambiental na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Fabiana Andreoli, concorda que o problema do Brasil já não é tanto a falta de equipamento. “Nós temos tecnologia de ponta, mas estamos atrasados em metodologias de aprendizagem mais significativas”, diz.
Em setembro de 2012, Fabiana recebeu o Prêmio de Excelência da Associação Brasileira de Educação a Distância, graças à tese de doutorado, aplicada numa das disciplinas do curso de Engenharia Ambiental. Os alunos cumpriram várias atividades em ambientes virtuais, escolhendo a opção digital com que mais se identificavam (como listas de discussão, vídeos, etc), e chegavam para as aulas presenciais com boa parte do conteúdo já dominado.
“Os alunos de hoje são multimídia, habituados a conversar pelo Skype enquanto acompanham o Twitter e checam novidades do Facebook com o Google aberto para concluir uma pesquisa”, define.
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