***22 anos de Magistério****

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

QUEM FAZ AMOR, NASCE POESIA

O melhor amor é irracional, sim! Os leões matam de inveja os tímidos. Vorazmente amam! Berram. Deveríamos imitá-los para não cair nos mendigos pingos dos "ui ui uis".

O amor não tem razão. Tem pulsão! É na (re)pulsão - do racional para o irracional, tórrido e incontido - que o amor se dá (literalmente) sem as cercas da fria análise da razão humana. Se assim fosse, ou seja: se houvesse só razão, a própria razão se tornaria a senhora do sentir, distribuiria a senha para quem clama pelo prazer. Na distribuição, tudo muito certinho, só o excesso de burocracia para se obter o melhor amor.


Ainda bem que o amor não tem razão. Afinal, não existe a menor lógica o amor ter razão. Basta ter o bom senso. O bom senso sente.


Imagine se houvesse lógica arrumadinha para o amor existir-se em outro amor?


Tipo:


- pessoas bonitas só se casam com pessoas bonitas


- negros só amam negras


- ricos só se apaixonam por ricas


- sábios só se encantam com sábias


Não! Nisto não há graça. Seria uma desgraça, um tédio esta conjugação teoricamente perfeitinha.


Ainda bem que não há exatidão matemática, nem certezas absurdas e nem absolutas quando o amor vem, se encaixa, chega chegando... E quando ele chega, surpreende o que é logicamente certinho.


Amor é amor quando:


- sempre se espera pelo inesperado


- é fácil compreender o inexplicável


- há mistura no heterogêneo


- e no jogo da sedução, diferencia-se no homogêneo


Amor que é amor entra com elegância na avenida. E a pessoa amada abre passagem... Abre passagem com ternura para o melhor samba e também ... Samba! Porém o maravilhoso desatino é a apoteose, na louca explosão sem deixar a sofreguidão do abraçar sem pressa. Abraço com calor inebriante, delirante, irracional, facilmente compreensível no inexplicável, sorvendo deliciosamente o que antes era somente uma bela certeza do inesperado.


Ah!... O amor também é feito, sim! "Fazer amor" está corretíssimo! Afinal, fazer amor é construí-lo no dia a dia. O amor é construído diariamente no colocar tijolo ternura por tijolo sorriso; tijolo gentilezas por tijolo carinho; tijolo querer sempre presente por tijolo deixar bilhete no espelho do banheiro. Assim, vai sendo construído: do requintadíssimo mosaico da atração ao sensível balé genitalesco.


Quem não faz amor esvazia-se. Morre na preguiça do abraçar e vive para sentir o nada!


Quem faz amor, nasce poesia.


Se você se derreter...

Desça inteira em meus lábios
Que neste suave descer de carinho

Deslizará...

- a ternura
- a paixão
- e o bem querer

Somente assim a minha solidão

Deixará de existir
Existindo, assim, só você... Em mim!


Professor Judson Santos

http://www.seruniversitario.com.br/pages/canais/colunistas/coluna.php?id_msg=39 

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