***22 anos de Magistério****

domingo, 10 de novembro de 2013

Projeto : Kiriku e a feiticeira para alunos do 1º ao 3º Ano


  • 1. Projeto : Kiriku e a feiticeiraPara alunos do  1º ao 3º Ano
Elaborado pela Professora: Ana Cristina Fíncolo Miguel da Escola Estadual Guerino Vedoato  de Matão , S P.
Material: Filme Kiriku e a Feiticeira
Sinopse: Kiriku e a feiticeira traz todo o fascínio da tradição africana numa estória que celebra a coragem, a curiosidade e a astúcia, baseada em uma lenda da África Ocidental sobre uma comunidade subjugada por uma terrível feiticeira. Nesta aldeia vive Kiriku, um menininho que nasceu para lutar contra o mal. A princípio, mesmo seus companheiros riem de seu tamanho, demorando a reconhecer nele sua coragem, esperteza e sabedoria, no entanto Kiriku enfrenta o poder de Karabá , a feiticeira, e seus guardiões, esculturas conduzidas pela força mágica do espírito do mal. Enquanto seus companheiros guiados pelo Contador de histórias morrem de medo da feiticeira, Kiriku tem coragem para enfrentar o mal e aprendem sua luta, que a origem de tanta maldade é o sofrimento e só a verdade, o amor, a generosidade e a tolerância aliados a inteligência são capazes de vencer a dor. Um desenho animado moderno e encantador que fala a língua das crianças sem subestimar a inteligência dos pais e dos filhos.
Propostas de Atividades:
Atividade 1: Assistir o filme “Kiriku e a feiticeira”. Conversar com os alunos logo que eles percebam que as mulheres estão com os seios a mostra, (pois nós professores iremos perceber os risos) falar sobre o que é cultural, o que é comum em cada cultura, pois os nossos índios andavam nus e ninguém entre eles ria e nem achava esquisito, pois era costume local. Peça para imaginarem se uma criança aparecesse na escola usando apenas um biquíni (que é “normal” em uma piscina), o que iria acontecer? Logo percebem que a questão não é a roupa, o uso ou falta dela, o que causa estranheza é a cultura. Aproveite para mostrar a aldeia, como as casas eram construídas, os utensílios domésticos feitos de barro, as esteiras utilizadas para dormir, como carregavam a água e outros objetos na cabeça, a maneira que carregavam os bebês, as cores dos tecidos, como tratavam as pessoas mais velhas, etc. Lição de casa: Registre através de desenhos a parte do filme que você mais gostou. Conte-nos o porquê da escolha.
Atividade 2 – Minhas Riquezas: Muitos alunos relacionam a maneira tribal em que vivem com a falta de dinheiro. Conversar sobre o dinheiro, as escolhas que temos como “viver bem”, (por que não falar sobre capitalismo e consumismo), e fazê-los pensar sobre o ouro existente naquele local. .(então eram ricos?).Registro: As formas de riqueza. Os alunos ganharam um papel amarelo simbolizando o ouro. Cada um desenhou a formas de riqueza “Alguns desenharam Karabá coberta de ouro, outros o coração de Kiriku feito de ouro, outros ainda os amigos como a maior riqueza.
Atividade 3 – Cabelo: O cabelo é um dos elementos mais visíveis e destacados do corpo. Em todo e qualquer grupo étnico ele é tratado e manipulado, todavia a sua simbologia difere de cultura para nós.
  • 2. cultura. Esse caráter universal e particular do cabelo atesta a sua importância como símbolo identitário. A busca da beleza por meio da manipulação do cabelo destaca-se como uma virtualidade histórica e atuante. Pedir aos alunos que pesquisem, recortem e tragam figuras depenteados,  que demonstrem as várias maneiras de pentear, arrumar e usar o cabelo. Sugestão: “ Para nossa próxima aula de arte, peço que pesquisem, recortem e tragam figuras de penteados que demonstrem as várias maneiras de pentear, arrumar e usar o cabelo. Lembre-se: pode ser de meninos, meninas, mulheres, homens de todas as partes deste nosso mundo”. Quando os alunos retornarem a aula com os recortes façam um cartaz com os tipos variados de cabelos e penteados. Ouçam também a música: Cabelo de Jorge Benjor (letra disponível na seção de musicoteca).
  • Atividade 4 - Aprendendo a trançar: “O uso das tranças pelos negros, além de carregar toda simbologia originada de uma matriz africana ressignificada no Brasil, é, também, um dos primeiros penteados usados pela criança negra e privilegiados pela família. Fazer as tranças, na infância, constitui um verdadeiro ritual para essa família. Elaborar tranças variadas no cabelo das filhas é uma tarefa aprendida e desenvolvida pelas mulheres negras”. Nilma Lino Gomes, educação, identidade negra e formação de professores/as: um olhar sobre o corpo negro e o cabelocrespo.p.177Utilizando barbantes ou fitas ensiná-los a trançar. Separe três fios inicialmente, o da direita, o do meio e o da esquerda e peça para que alternem a direita para o meio, da esquerda para o meio, assim sucessivamente.
  • Atividade 5 – Arquitetura: Leitura das imagens sobre as cabanas africanas (iguais as do filme de Kiriku). Conversa sobre a evolução. Em África assim como no Brasil, as casas já não são como eram antigamente. Outros povos poderiam pensar que moramos em ocas ao ver fotos de tribos indígenas, assim sendo, não podemos pensar que todos africanos moram em cabanas. A arquitetura africana teve um caráter utilitário, em vez de comunitário, e salvo raras exceções nunca foi empregada, como no resto das civilizações, como representação do poder. Comum a todos os povos foi a utilização de materiais pertencentes à sua região geográfica e o uso intencional e comedido dos materiais em equilíbrio com o meio ambiente. Independentemente de sua hierarquia, todos
  • 3. possuíam o mesmo tipo de casa, não como expressão de igualdade, mas de pertinência ao mesmo grupo.  Os materiais utilizados variavam, então, segundo a região, mas normalmente eram semelhantes: desde o barro até fibras secas tecidas, ou uma combinação de vários. De modo geral, o povoado se protegia com uma muralha de barro, que rodeava e marcava os limites da aldeia. A exceção a esse tipo de arquitetura rudimentar são os povos de Gana e Mali, no sudoeste, que construíram palácios de plantas variadas e o reino de Lalibela, a leste, onde, a partir do século XIII, foram escavados edifícios e templos nas rochas das montanhas. Enciclopédia Multimídia da Arte Universal- Revista Caras Atividade 6 - Modelagem das máscaras africanas: Leitura de imagens: Máscaras africanas. Os alunos observam as máscaras e tecem comentários sobre elas. O professor traz para o grupo informações que sejam pertinentes à faixa etária para discutir com os alunos. Levantamento de questões como o uso de materiais expressivos para trabalhar a figura humana; sobre o  caráter expressionista, que se preocupa muito mais em captar o “sentido” de uma coisa do que em representá-la “fotograficamente”; sobre como o estímulo para a criação artística são fornecidos principalmente pela religião e magia. As máscaras sempre foram as protagonistas indiscutíveis da arte africana. A crença de que possuíam determinadas virtudes mágicas transformou-as no centro das pesquisas. O fato  é que, para os africanos, a máscara representava um disfarce místico com o qual poderiam absorver forças mágicas dos espíritos e assim utiliza-las em benefício da comunidade: na cura de doentes, em rituais fúnebres, cerimônias de iniciação, casamentos e nascimentos. Serviam também para identificar os membros de certas sociedades secretas. Em geral, o material mais utilizado foi a madeira verde, embora existam também peças singulares de marfim, bronze e terracota. Antes de começar a entalhar, o artesão realizava uma série de rituais no bosque, onde normalmente desenvolvia o trabalho, longe da aldeia e usando ele próprio uma máscara no rosto. A máscara era criada com total liberdade, dispensando esboço e cumprindo sua função. A madeira era modelada com uma faca afiada. As peças iam do mais puro figurativismo até a abstração completa. Quanto à sua interpretação, a tarefa é difícil, na medida em que não se conhece sua função, ou seja, o ritual para o qual foram concebidas. Os colonizadores nunca valorizaram essas peças, consideradas apenas curiosidades de um povo primitivo e infiel. Paradoxalmente, a maior parte das obras africanas encontra-se em museus do Ocidente, onde recentemente, em meados do século XX, tentou-se classifica-las. Na verdade, os historiadores africanos viram-se obrigados a estudar a arte de seus antepassados nos museus da Europa. Enciclopédia Multimídia da Arte Universal .
  • Sugestão de atividade: Modelar em massinha nossas pequenas, mas, significativas máscaras.
  • Atividade 6- Na luta contra os estereótipos: Desenhar pessoas com uma feiúra simiesca, caricaturadas de maneira rude destacando-se traços da fisionomia como orelhas, lábios, olhos como se fossem de animais, de tamanho incomum é o que mais vemos em desenhos representando os negros. O porquê disto acontecer? Por causa dos estereótipos, onde algum dia alguém desenhou desta maneira e milhares sem questionar e pensar os reproduz. Conversar com os alunos sobre o porquê das características físicas de pessoas negras serem diferentes de pessoas brancas: dos lábios grossos, o nariz baixo, do cabelo carapinha, da cor da pele escura, existe um motivo biológico, que deverá ser compreendido e respeitado. Desenhando Kiriku e a Karabá.
  • Atividade 7 - O preto no branco e o branco no preto: Uma aluna contou que não desenhava pessoas negras, porque achava estranho usar o lápis de cor preto. Então, fiz a seguinte proposta: Iremos desenhar pessoas neste papel (sulfite branco). Todos desenharam, a maioria das crianças desenhou pessoas brancas, no máximo “morenas”, então, propus outro desenho, mas agora no papel preto(camurça), ficaram indignados que só as cores claras é que aparecem. Então, comentei que não perceberam diferença nenhuma quando o papel era branco e nem por isso aproveitaram a oportunidade para mostrar a diversidade racial. Num outro momento quando uma aluna falou sobrea cor do lápis “cor de pele”, pensei e agi. Pedi aos alunos que pegassem o lápis “cor de pele” e todos inclusive as crianças negras pegaram o lápis salmão (cor de rosa), então pedi que comparacem a pele do braço deles, verificaram que ninguém na sala de aula tinha aquela cor. Então, peguei   contendo todos os lápis e fui pegando um a um, perguntando se era possível pintar apele com aquela cor. . .VERDE, alguns alunos responderam só se tivesse com dor de barriga. ..risos,  VERMELHO. . .quando uma pessoa está com raiva, deixei-os falar, perguntei se todos os dias estamos com dor de barriga ou com raiva, responderam que não, perguntei então, que cores poderíamos representar a pele de pessoas em nossos desenhos, todos pegaram cores como bege ,marrom (em todas as tonalidades) e o lápis preto. Combinamos então, que a partir daquele momento quando alguém nos perguntar qual a “cor de pele”?, pegaremos todas aquelas e perguntaremos: Cor de pele de quem? Qual? Atividade 9 - Leitura da história : Arca de ninguém de Mariana Caltabiano. O Brasil, por ser um país multirracial com grande diversidade de culturas, deve atentar para um esforço coletivo em torno de uma coesão social e no reconhecimento de todas as culturas que aqui estão como legítimas ,diferentes e iguais perante a lei. Esse esforço coletivo deve começar dentro da sala de aula. Levando os alunos a perceberem como é importante conviver com as diferenças sem hierarquizá-las, reconhecendo que a cultura brasileira é fruto da contribuição de diversos grupos. Trabalhar a interculturalidade e mostrar como a diversidade cultural tem contribuído para a formação de nossa sociedade é um importante passo para demonstrar que a integração, assim como o respeito entre as culturas são fatores essências na formação de uma sociedade mais justa. Nosso país é uma grande Arca. No livro os animais precisavam subir na arca por causa da enchente, mas não sabiam lidar com as diferenças. Ao perceberem que não tinham outra solução resolveram entrar e viram que conviver não era um bicho-de-sete-cabeças. Como isso aconteceu? E no Brasil como pode ria acontecer? Atividade 10- Inhame: Os alunos demonstraram curiosidade em saber o que era inhame(quando o sábio do cupinzeiro diz a Kiriku que Karabá não devora homens, ela prefere inhame) .Levei para a aula alguns inhames, ouvi o seguinte comentário “ professora é igual à mandioca, é“quiném” nós e os africanos só muda o nome.”



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