***22 anos de Magistério****

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Amei este texto de grande sensibilidade !!!











































Judson Santos, Professor em diversas disciplinas nas áreas: Filosofia, Teologia e Terapia Bíblica. Criador de projetos especiais em educação, coordenador de cursos de extensão e pós-graduação. Autor do livro "A Outra Face". Autor da Revista Escola Dominical com o título "A Vida Sentimental" (do adolescente). Já ministrou conferências nos seguintes países: África do Sul, EUA, Moçambique e também no Brasil. Atualmente é coordenador do projeto de formação de CUIDADORES INFORMAIS no INSTITUTO ÓRION. Ministro do evangelho, verifique melhor como contratar nossas aulas, pelo site: http://www.escolacuidadores.com
Disciplina: Coordenador de Projetos Especiais
Professor da: Instituto Órion
É colunista do Ser Universitário desde 07/05/2007

O dia da quase morte do Sentimento.
PARTE I

O Sentimento decide caminhar... Sozinho, passos sem pressa, ele desce pequenas montanhas e caminha à margem de um longo e sinuoso rio. Nisto o rio pergunta o que ele queria com este olhar sem fronteiras e de tristeza. O Sentimento prontamente responde que o seu olhar tinha um destino, mas não tem tristeza. Mas a esperança em conhecer a Flor do Campo, o seu sonho de todas as noites.

Ao ouvir este desejo que veio acompanhado de um profundo suspiro, o rio volta a perguntar:

- Você está percebendo o meu caminhar?
- Sim, estou – responde o Sentimento.
- Pois é... Eu faço o meu próprio leito. E sempre supero os obstáculos até chegar ao meu destino - o oceano.

O Sentimento ouve num burburinho a sabedoria do rio, suave o suficiente para refletir com profundidade o que lhe é dito. Assim, continua com mais motivação o seu caminho, decidido a superar qualquer obstáculo.

Logo que chega ao pé de uma montanha, avista um pequeno jardim. Procura sentir o ambiente, e pensa. Será que aqui mora alguém feliz?

- Olá! Tem alguém feliz aqui?

Com jeito delicado, balançando ao vento, o olhar é curioso para ver o visitante. Logo alguém mostra um balançar diferente das demais flores. É a Flor do Campo! Linda para qualquer sentimento.

- Você é a...?
- Sim? Sou a Flor do Campo... E você, quem é?
- Pode me chamar de Sentimento. Vim de longe para conhecer as suas virtudes. E a sua fama já está além das fronteiras de todos os reinos. Você é a única flor de todos os reinos que canta divinamente para as crianças da aldeia todas as manhãs. Você é a única flor que também conversa com a alma infantil! Eis aí algumas das suas virtudes.
- Quem bom!... Mas... Veio de tão longe! O que você quer de mim? Posso saber?

Ele responde, com o coração batendo forte e, por isso diz o que primeiro vem à cabeça.

- Gostaria de saber se, com as suas inigualáveis virtudes... Você é feliz?


PARTE II

Ao ouvir isto a Flor do Campo se silencia por quatro longos dias. A indiferença foi a sua resposta. Percebendo esta indiferença, o Sentimento se entristece, mas espera pacientemente a doce voz da Flor do Campo. Quando chega o quinto dia, aquele conhecido aroma de flor retorna. E sem se inquietar com a longa espera do Sentimento, a Flor do Campo pergunta:

- Oiêêê!... Você ainda está aí? Não acredito!

O Sentimento evita alguma resposta.

- Hummm... Bom... Vou tentar ser boazinha com você, então. Quer ser meu amigo?

Com o olhar longe, como quem joga no vazio o pensamento, o Sentimento resiste em responder. A Flor do Campo continua.

- Mas... Afinal, o que você quer de mim? Não posso te oferecer nada. E mesmo se eu pudesse, a forte cerca do jardim me impede de sair. Sou prisioneira dentro deste espaço e...

Antes de terminar a frase, o Sentimento a interrompe:

- A cerca? Sim, a cerca!... É ela quem impede você perceber a dimensão da minha existência?
- A dimensão do Sentimento? Tolinho... Isto é importante também, mas só isto é pura ilusão! Estou aqui prisioneira, mas pelo menos eu tenho aqui segurança, conforto...
- Sim! Claro que sim! Sentimento com segurança, conforto, estabilidade... Tudo tem seu valor. Não discuto estas opções. E eu respeito as suas escolhas.

Na forma não tão delicada para uma flor, ela decide o final do diálogo.

- Então, já que chegamos a uma conclusão, o melhor é o adeus.
- Espere!... Fique mais um pouco... Eu preciso de...
- Ah!... Eu sabia que você tinha algum interesse comigo. Huummmm!... Lá vem!...
- Flor do Campo, cante! A sua voz faz o meu sol ter mais brilho e a lua ilumina em mim seus mistérios. Venha para mim e fale algo! Somente a sua voz conhece o diálogo de dentro de mim, mesmo no silêncio da minha voz.
- Mas... Mas... E a cerca?


PARTE III

- As virtudes abrem caminhos para a superação dos seus próprios limites. Então... Fale!... Fale a sua verdade como um oásis em pleno deserto que mata a própria sede. Cante!... Faça a sua melodia movimentar as asas da forte águia e da frágil borboleta! Cante!... Cante como o som do mar, no vai e vem acariciando a praia que sempre a espera. Cante!... Cante no ritmo do seu coração! Fale!... Fale e desequilibre a razão que, desequilibrada, porém é amparada pelo canto da paixão. Fale! Cante!... A dimensão da vida está nas virtudes. Afinal, quem colocará a cerca na virtude? Quem ousará impedir a liberdade do seu balançar? Somente os vazios cercam por que já são limitados em si mesmos. Mas, o ser pura virtude tem no infinito o seu horizonte.

O Sentimento afasta-se dela a certa distância lentamente. A Flor do Campo pergunta:

- Sentimento!
- Sim?
- Você vai embora?
- Talvez, sim... Talvez, não... A sua canção é o meu alimento. Manter-me-ei vivo somente enquanto ouvir a sua doce voz.

Nisto a Flor do Campo cessa o seu aroma para o Sentimento.

Os dias se passam. A Flor do Campo também se silenciou. Dias e noites o Sentimento deitado na relva úmida, permanece imóvel como quem sem vida. Não mostra nenhum sorriso, nenhum olhar e até o seu respirar dá sinais de morte. É a morte do sentimento...?

Antes do forte inverno, um casal de velhinhos se aproxima do Sentimento que tentam reanimar o seu coração. Massageando, fazem uma, duas, três tentativas. O coração do Sentimento parece não querer voltar à vida. Um olha para ao outro e mais tentativas de reanimação. Logo depois de muito esforço, o Sentimento faz um movimento com a boca e dá um leve suspiro. Abre os olhos lentamente e vê o casal que acaba de salvar a sua vida.

- Quem são vocês?
- Eu sou a Razão. E este é o meu marido. Pode chamá-lo de Bom Senso.
- Ah!... Obrigado pelo que fizeram por mim. Acho que ia morrer. Se já não estava morto.


PARTE IV

- Bom. Agora você vai seguir o seu caminho, refletindo sobre tudo que aconteceu, e procurando novos horizontes para a sua bela vida – ponderou o Bom Senso.
- Vocês sabem o que aconteceu? Eu ia morrendo por um amor não correspondido. Já não via mais luz, nem havia esperança em minha alma...
- Não se esforce tanto pra falar agora. Já sabemos de tudo – interferiu a Razão.
- Sabem?
- Sim – continuou – acompanhamos tudo. Você não percebeu, mas sempre estivemos perto de você.

Acariciando o coração do Sentimento, a simpática velhinha orientou:

- Agora é melhor você definir o seu destino. Não desista de respirar seus sonhos e desejos. Acredite neles! Continue acreditando na vida. Sempre haverá um novo sol.
- É... A senhora tem razão. Vou partir para o um novo destino. Chega de sofrer.
- Lembre-se que você procurou esta situação com as próprias mãos.
- Novamente a senhora tem razão.
- Ela sempre tem razão – falou o Bom Senso com um leve sorriso nos lábios.
- Você acha certo o que você fez? Vir de tão longe para procurar alguém que está cercada e compromissada com o seu próprio espaço?
- Minha nobre senhora, o sentimento não julga; não consegue alcançar na sua percepção o que é certo e o que é errado. E quando há alguma reflexão em mim, esta se manifesta fundamentada na busca e apenas no desejo de sentir prazer.

O Bom Senso interfere:

- Sentimento, você deve aperfeiçoar um pouco mais os seus critérios. Sentir prazer um direito de todo sentimento. Porém, pondere, analise antes de tomar uma decisão na sua caminhada.

- Sim...

O bondoso velhinho Bom senso continuou:

- Vou te dar uma cápsula que vai ser um poderoso restaurador da sua bela existência. Ah!... Querida! Por favor, me passe aquele líquido poderoso. Agora, meu amigo Sentimento, abra bem a sua boca. Tome...
- Como isto se chama?
- Juízo – disse a Razão.
- Ah!...

Ao beber uma boa dose, o Sentimento mostra-se mais fortalecido.


PARTE V

A Razão aconselha:

- Vou te dar este cantil. Leve este líquido que o meu marido deu a você. E beba-o sempre que for necessário. E não perca todo o juízo, viu?
- Não quero perder este cantil, mas... A estrada é longa. Tem muitas armadilhas! Tem muitos atalhos, mas que levam às feras. O que eu faço?
- Hummm... Você corre o risco de perder este líquido. Você tem alguma solução pra isto, minha querida esposa?
- Tenho. Vou chamar a nossa aliada para ajudar o Sentimento.
- Sim! Você tem razão! Ela, sim, é a solução para o Sentimento.

Nisto a Razão olha pra cima. Dá um aceno para o alto como quem procura alguém. Lá entre as nuvens surge a sua melhor amiga que lhe dá um aceno. Em poucos instantes uma robusta Águia com olhar penetrante pousa ao lado da Razão.

- Você me chamou amiga?
- Sim! Quero te apresentar um novo amigo.

A Águia cumprimenta o Sentimento, sem esconder suas penas exuberantes.

- Olá! Como vai?
- Muito prazer, dona Águia...
- O prazer é todo meu! E pode me chamar de Espiritualidade.
- Ah! Sim... Muito prazer, Espiritualidade.

A Águia caminha mais pertinho do Sentimento e diz:

- É... Parece que prazer é um assunto que você entende bem, não é?

O Sentimento olha firme em seus olhos:

- Espero que você não tenha vindo pra me dar um sermão...
- Não! – interferiu a Razão – a Espiritualidade vai levar você ao seu destino, mas por outro caminho. Nesta estrada há muitas armadilhas, inimigos ocultos, setas noturnas. A Espiritualidade vai te livrar disto tudo. Apenas isto.

- Ainda bem. Achei que ela veio só pra me dar uma lição de moral.

A Espiritualidade olha com ternura para o Sentimento e diz:

- Meu querido Sentimento, além de livrá-lo dos seus inimigos, não vou deslocá-lo do prazer. Ao contrário. Quero fazê-lo sentir um novo prazer.
- É? Como? Onde?
- O prazer do alto.
- Prazer do alto?... Ah!... Acho que vai ser interessante...


EPÍLOGO

O Bom Senso interfere o diálogo:

- Sentimento, é melhor você seguir logo a sua viagem. Já está ficando tarde.
- Sim – disse a Espiritualidade – suba!
- Subir? – pergunta o Sentimento.
- Sim, suba em meu dorso, próximo à minha cabeça. Apóie-se em mim.
- Sim!!!!!! Uaauuuu!!!... Que maravilha!!!
- Agora vamos voar!

O Bom Senso olhando a cena e com um sorriso suave diz ao Sentimento:

- Você aprendeu a ter prazer no seu caminho. Agora você vai sentir o prazer no caminho do alto!

- Mas... E vocês?

A Águia diz:

- Eles também vão conosco! Subam, amigos!!

Nisto, a Espiritualidade já com as asas abertas, prontas para o vôo, a Razão sobe na extremidade de uma das asas e o Bom Senso também se ajeita na extremidade de outra asa.

- Uúúúú!!!!!!!!!!!!! – Grita o Sentimento – vocês não podiam faltar nesta viagem!!
- O que você está sentindo? – Pergunta a Razão.
- Com todos vocês sinto que a minha viagem será gloriosa!
- Esta viagem também tem um nome – afirma a Espiritualidade e já levantando o vôo com os três amigos bem acomodados.
- Qual é o nome? – pergunta o Sentimento sem esconder a sua felicidade em já estar tão alto.

A imponente Águia responde com firmeza:

- O nome desta viagem é... Vida!!

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Um comentário:

  1. Olá,Flor do campo!
    Vim deixar meu carinho e também
    um presentinho,meus Selinhos
    "Primavera com Amor"espero
    que goste:)um belo dia para você
    beijoss fica com Deus!

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